Resumo:Este artigo resume os principais acontecimentos econômicos e financeiros que marcaram a abertura da semana, com base em notícias recentes, destacando cotações, anúncios e movimentos inesperados.
A semana de 26 de maio de 2025 começou com movimentos positivos nos mercados globais, impulsionados pelo anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de adiar a imposição de tarifas de 50% sobre importações da União Europeia até 9 de julho. No Brasil, o Boletim Focus do Banco Central trouxe otimismo com a revisão para cima da projeção de crescimento do PIB em 2025, de 2,02% para 2,14%, enquanto o Ibovespa abriu em alta, puxado por papéis como os da Braskem. Este artigo resume os principais acontecimentos econômicos e financeiros que marcaram a abertura da semana, com base em notícias recentes, destacando cotações, anúncios e movimentos inesperados.
No domingo, 25 de maio, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o adiamento das tarifas de 50% sobre importações da União Europeia, inicialmente previstas para julho, para 9 de julho, após conversas com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A decisão aliviou tensões comerciais globais, impulsionando os mercados. Futuros de ações nos EUA subiram, com o Nasdaq avançando 1,5% e o S&P 500, 1,3%. Na Europa, bolsas como o DAX alemão se aproximaram de máximas históricas, refletindo o otimismo com a pausa nas ameaças tarifárias.
O euro reagiu positivamente, atingindo uma máxima de um mês frente ao dólar, com o par EUR/USD negociado acima de US$ 1,14, o maior nível desde 29 de abril. O índice do dólar (DXY) caiu 0,04%, próximo de mínimas de vários anos em 97,67, pressionado por preocupações fiscais nos EUA e pela recente redução da nota de crédito americana pela Moodys, que citou aumento da dívida pública e déficits orçamentários. A depreciação do dólar foi atribuída à perda de confiança em ativos americanos, exacerbada por cortes de impostos propostos por Trump que enfrentam resistência no Congresso.
Na Ásia, os mercados apresentaram resultados mistos. O Nikkei 225 (Japão) e o Kospi (Coreia do Sul) subiram, refletindo o alívio com as tarifas, enquanto o ASX 200 (Austrália) e o Hang Seng (Hong Kong) recuaram, ainda impactados por incertezas comerciais. A decisão de Trump foi vista como uma oportunidade para negociações, mas analistas alertam que a volatilidade pode persistir até a nova data-limite.
O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central do Brasil em 26 de maio, trouxe projeções otimistas para a economia brasileira. A mediana para o crescimento do PIB em 2025 foi elevada de 2,02% para 2,14%, com estimativas mais recentes (últimos cinco dias úteis) apontando 2,17%. A revisão reflete a forte atividade econômica observada no primeiro trimestre, impulsionada por setores como agropecuária (+6,3%), indústria e serviços. Para 2026, a projeção de PIB permaneceu em 1,70%.
A estimativa de inflação (IPCA) para 2025 ficou estável em 5,50%, acima do teto da meta de 4,5%, indicando desafios para o Banco Central, que já admitiu a possibilidade de descumprir a meta em junho de 2025, após seis meses consecutivos fora do intervalo de tolerância (1,5% a 4,5%). Para 2026, a inflação projetada é de 4,50%, e para 2027, 4,00%. A taxa Selic foi mantida em 14,75% para 2025, com projeções de 12,50% em 2026 e 10,50% em 2027, sinalizando uma política monetária restritiva para conter pressões inflacionárias.
O câmbio também apresentou melhora, com a projeção para o dólar ao fim de 2025 caindo de R$ 5,82 para R$ 5,80, e mantida em R$ 5,90 para 2026. A balança comercial foi ajustada para um superávit de US$ 74,8 bilhões em 2025 (ante US$ 75 bilhões), enquanto os investimentos estrangeiros diretos permaneceram estimados em US$ 70 bilhões para 2025 e 2026.
O Ibovespa abriu a segunda-feira em leve alta, avançando 0,17% às 10h30, atingindo 138.065 pontos. O destaque foi a Braskem (BRKM5), que disparou 12,17% após notícias de que o empresário Nelson Tanure negocia a compra da participação da Novonor, controladora da petroquímica. Outras empresas voltadas ao consumo doméstico, como Magazine Luiza (MGLU3) (+2,56%), Cogna (COGN3) (+1,03%) e Renner (LREN3) (+1,19%), também valorizaram, apesar de um cenário de juros altos. A Petrobras (PETR4) permaneceu estável, alinhada à estabilidade do petróleo Brent, que cedeu 0,03%.
O dólar comercial operou em leve alta de 0,32%, cotado a R$ 5,66 às 10h20, refletindo preocupações fiscais no Brasil e nos EUA, além da cautela com a política monetária americana. Juros futuros apresentaram movimentos mistos, com a taxa DI para janeiro de 2026 estável em 14,725%, enquanto a de janeiro de 2027 caiu para 13,98% e a de janeiro de 2030 subiu para 13,775%. A menor liquidez, devido ao feriado nos EUA, contribuiu para a volatilidade reduzida.
Além do EUR/USD em US$ 1,14, outros indicadores globais refletiram o impacto do adiamento das tarifas. O Bitcoin recuperou terreno, negociado próximo a US$ 110.000 após atingir uma máxima histórica de US$ 112.000 na semana anterior. No mercado de renda fixa, o rendimento dos Treasuries de 10 anos nos EUA caiu para 4,47% na sexta-feira, ante 4,54%, sinalizando menor pressão inflacionária no curto prazo.
Na Ásia, o Nikkei 225 subiu, impulsionado por dados de inflação no Japão (4% em janeiro, maior nível em dois anos), enquanto o Kospi avançou com a valorização de ações como Hyundai Motor. O Hang Seng caiu, pressionado por ações de tecnologia e consumo cíclico, como Meituan (-6,74%) e Alibaba (-4,09%). O ASX 200 também recuou, refletindo incertezas no setor de mineração. A redução da nota de crédito dos EUA pela Moodys continuou a pesar sobre a confiança em ativos americanos, com vendas de ações, dólar e títulos do Tesouro.
A semana está repleta de divulgações importantes. No Brasil, o IPCA-15 (prévia da inflação) será divulgado na terça-feira, 27 de maio, pelo IBGE. Na quarta-feira, o Caged trará dados de emprego, e na quinta-feira, o IBGE publicará a taxa de desemprego. O PIB do primeiro trimestre será divulgado na sexta-feira, 30 de maio, junto com detalhes do congelamento de R$ 31,3 bilhões no orçamento. Internacionalmente, a ata do FOMC (quarta-feira), o PIB dos EUA (quinta-feira) e o índice PCE (sexta-feira) são os destaques.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou que a Selic permanecerá restritiva por um período prolongado, descartando cortes de juros no curto prazo, devido à inflação persistente. Nos EUA, a cautela do Federal Reserve em relação à inflação, aliada às tarifas de Trump, mantém os mercados atentos a possíveis impactos econômicos.
A semana começou com um tom positivo, impulsionado pelo adiamento das tarifas de Trump sobre a UE, que aliviou tensões comerciais e fortaleceu o euro e as bolsas globais. No Brasil, a revisão para cima do PIB no Boletim Focus e a alta do Ibovespa, liderada pela Braskem, refletem otimismo, apesar de preocupações fiscais e inflacionárias. O dólar estável e os juros mistos indicam cautela, enquanto a agenda econômica promete trazer mais clareza sobre o desempenho econômico local e global.
Com a volatilidade do USD/BRL (R$ 5,721 em 23/05/2025, InfoMoney) e incertezas globais, manter-se informado é essencial para decisões estratégicas no mercado financeiro.
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