Resumo:O dólar voltou a ganhar força frente ao real nesta segunda-feira, 08/09/2025, em meio a um cenário de inflação persistente nos Estados Unidos e à expectativa de decisões políticas no Brasil. A moeda americana chegou a R$ 5,438 na venda, registrando alta de 0,46% no mercado à vista, enquanto o contrato futuro de outubro recuava levemente para R$ 5,436.
Publicado em 08/09/2025
O dólar voltou a ganhar força frente ao real nesta segunda-feira, 08/09/2025, em meio a um cenário de inflação persistente nos Estados Unidos e à expectativa de decisões políticas no Brasil. A moeda americana chegou a R$ 5,438 na venda, registrando alta de 0,46% no mercado à vista, enquanto o contrato futuro de outubro recuava levemente para R$ 5,436.
O movimento ocorre em um ambiente de incerteza global, com destaque para a fragilidade do mercado de trabalho dos EUA, a renúncia do premiê japonês Shigeru Ishiba e a retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que pode trazer forte volatilidade aos ativos domésticos.
Apesar de uma abertura em leve baixa, o dólar se firmou em alta ao longo da manhã, sustentado por fatores externos e internos.
O dólar turismo, usado em viagens internacionais, apresentou uma margem mais ampla, chegando a R$ 5,598 na venda.
Já o dólar comercial, referência para o mercado de Forex e transações de grandes empresas, se manteve em torno de R$ 5,438. Essa diferença mostra como custos adicionais de operação e spread bancário impactam consumidores finais, mas não refletem necessariamente os movimentos macroeconômicos que importam aos traders.
A inflação nos Estados Unidos voltou ao radar após o fraco payroll de agosto. Embora o desemprego tenha subido para 4,3%, analistas alertam que os dados de preços ao consumidor desta semana podem ser determinantes para o rumo do dólar.
Se os números confirmarem a persistência da inflação, o Federal Reserve pode adotar cortes de juros mais graduais, sustentando a atratividade relativa da moeda americana.
Atualmente, os mercados precificam 90% de chance de corte de 25 pontos-base na reunião de setembro do Fed. Porém, uma ala minoritária aposta em cortes mais agressivos, de 50 pontos-base.
Essa indefinição tem provocado oscilações no índice DXY, que caiu 0,36% para 97,521 nesta manhã, mesmo com alguns pares — como o iene — cedendo espaço ao dólar.
No Brasil, os investidores monitoram a retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de responsabilidade em tentativa de golpe de Estado.
A decisão final, esperada para o fim da semana, pode trazer forte volatilidade para o câmbio. Isso porque o risco político tende a influenciar diretamente a confiança de investidores estrangeiros no Brasil.
Mesmo com o dólar mais forte hoje, o real segue sustentado pelo diferencial de juros. A taxa Selic a 15% ao ano continua sendo um atrativo para operações de carry trade, que buscam rendimento em moedas de países emergentes frente a divisas de países desenvolvidos com juros mais baixos.
Esse movimento ajuda a conter maiores altas do dólar, mesmo diante de incertezas externas.
Segundo o Relatório Focus do Banco Central, a expectativa para o câmbio no final de 2025 caiu de R$ 5,56 para R$ 5,55, enquanto para o final de 2026 passou de R$ 5,62 para R$ 5,60.
Essas projeções mostram relativa estabilidade, mas ainda acima do nível atual, indicando que o mercado enxerga espaço para uma leve depreciação do real até o próximo ano.
O DXY — que mede o dólar frente a seis moedas fortes — recuou 0,36% para 97,521.
Enquanto o euro e a libra ganharam terreno, o destaque foi o iene japonês, que perdeu força após a renúncia do premiê Ishiba. Esse enfraquecimento do iene mostra como questões políticas também pesam na dinâmica cambial global.
A renúncia de Shigeru Ishiba, primeiro-ministro japonês, abriu uma fase de incerteza na quarta maior economia do mundo.
O iene, que normalmente atua como moeda de refúgio, acabou se enfraquecendo frente ao dólar, embora não o suficiente para impedir a queda do DXY. Isso demonstra como a política pode inverter expectativas de fluxos globais rapidamente.
O Banco Central segue atento ao cenário internacional e deve manter a Selic elevada, ao menos no curto prazo, para garantir a atratividade do real.
Hoje, a autoridade monetária anunciou leilão de 40.000 contratos de swap cambial tradicional, referentes ao vencimento de 1º de outubro de 2025, reforçando sua presença no mercado.
Com o cenário de carry trade favorável, o Brasil segue atraindo fluxos estrangeiros, embora ruídos políticos e fiscais possam afetar essa dinâmica.
O uso de swaps cambiais pelo Banco Central ajuda a conter a volatilidade e dá previsibilidade aos agentes, mas não resolve fatores estruturais como déficit fiscal e incertezas políticas.
Para traders brasileiros de Forex, o atual momento abre oportunidades em pares como:
Além disso, operações de hedge em ouro podem ganhar relevância, dado o ambiente de inflação persistente.
O dólar em 08/09/2025 mostrou resiliência, operando em R$ 5,43, impulsionado pela inflação nos EUA e pela incerteza política no Brasil.
Para investidores de Forex, a estratégia deve ser de cautela combinada com aproveitamento da volatilidade, sempre atentos às decisões do Federal Reserve, ao julgamento de Bolsonaro e às ações do Banco Central.
Enquanto o cenário internacional aponta para cortes de juros nos EUA, o Brasil segue sustentado por juros elevados, configurando um ambiente de carry trade atrativo, mas instável.
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