Resumo:O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, abandonando alta de 1,20% mais cedo na esteira da perda de vigor da moeda no exterior, com investidores de olho nas negociações sobre novo pacot
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, abandonando alta de 1,20% mais cedo na esteira da perda de vigor da moeda no exterior, com investidores de olho nas negociações sobre novo pacote de estímulos nos Estados Unidos.
O dólar à vista caiu 0,57%, a 5,2838 reais na venda. Na máxima, foi a 5,3781 reais, antes de na mínima tocar 5,2833 reais (-0,58%).
Na B3, o dólar futuro recuava 0,73%, a 5,2910 reais, às 17h05.
No exterior, o índice do dólar frente a uma cesta de moedas de países ricos caía 0,31% no fim da tarde, após subir 0,33% na máxima do dia. Analistas debatem se mais uma rodada trilionária de estímulos nos EUA poderia elevar ainda mais expectativas de inflação e empurrar os rendimentos reais dos Treasuries para níveis ainda mais negativos --prejudicando o status do dólar como moeda forte.
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Veja o comportamento do dólar/real e do índice do dólar ante cesta de moedas nesta terça-feira:
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No Brasil, analistas monitoram ainda a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a política monetária, com estimativa de consenso de novo corte de 0,25 ponto percentual da Selic, para mínima recorde de 2,00% ao ano, mas sinalização de barra mais alta para reduções adicionais.
Isso ajudaria a conter a queda dos retornos da renda fixa brasileira (que atualmente oferece taxas mais baixas do que as de outros mercados emergentes), dando algum suporte a expectativas de retorno de ingresso de dólares para investimentos em carteira --o que elevaria a oferta de moeda no mercado doméstico e poderia baixar o preço do dólar.
Por ora, analistas do Morgan Stanley ainda preferem evitar posições em real contra o dólar, mas veem “upside” (espaço para alta) ante o peso mexicano.
“A dinâmica de crescimento (econômico do Brasil) continua favorecendo o real, onde o consenso começou a reconhecer o Brasil como tomando a frente da recuperação econômica e melhorando as projeções para o PIB deste ano, com base na pesquisa Focus. Esse não é o caso do México”, disseram profissionais do banco norte-americano em relatório.
“Junto a isso, nossa estrutura quantitativa aumentou recentemente a alocação de reais na esteira da melhora do impulso nos mercados de ações”, acrescentaram.
O real subia 1,1% contra o peso mexicano nesta terça., quando a moeda do México perdia 0,6% ante o dólar.