Resumo:No universo do Forex, o dólar norte-americano (USD) é o protagonista absoluto. Ele está presente na maior parte dos pares de moedas negociados globalmente, serve como principal moeda de reserva e ainda é referência em commodities como petróleo e ouro. Mas como avaliar, de forma sistemática, a força ou fraqueza do dólar em relação a outras divisas? É aí que entra o Índice do Dólar dos EUA (DXY).

Publicado em 21/08/2025
1. Introdução
2. O que é o Índice do Dólar dos EUA (DXY)?
3. Breve história do DXY e sua evolução
4. Como o DXY é calculado
5. Principais fatores que influenciam o DXY
6. A relação entre o DXY e os pares de moedas no Forex
7. Estratégias práticas para traders usarem o DXY
8. O DXY e os contratos futuros
9. A teoria do “Sorriso do Dólar” e sua aplicação no trading
10. Vantagens e riscos de utilizar o DXY
11. Considerações finais
No universo do Forex, o dólar norte-americano (USD) é o protagonista absoluto. Ele está presente na maior parte dos pares de moedas negociados globalmente, serve como principal moeda de reserva e ainda é referência em commodities como petróleo e ouro. Mas como avaliar, de forma sistemática, a força ou fraqueza do dólar em relação a outras divisas? É aí que entra o Índice do Dólar dos EUA (DXY).
Este artigo explica de forma detalhada o impacto do DXY na negociação Forex, trazendo conceitos, aplicações práticas e estratégias que todo trader pode usar para melhorar sua tomada de decisão.
O DXY (também chamado de USDX) mede o valor do dólar em relação a uma cesta de seis moedas estrangeiras:
· Euro (EUR) – peso de 57,6%
· Iene japonês (JPY) – 13,6%
· Libra esterlina (GBP) – 11,9%
· Dólar canadense (CAD) – 9,1%
· Coroa sueca (SEK) – 4,2%
· Franco suíço (CHF) – 3,6%
Assim, o DXY funciona como um termômetro da força do dólar, ajudando traders a anteciparem tendências em pares de moedas como EUR/USD, USD/JPY, GBP/USD, USD/CAD, entre outros.
O DXY surgiu em 1973, logo após o fim do sistema de Bretton Woods, que vinculava o dólar ao ouro. O índice foi criado com valor-base de 100 pontos e, desde então, registra a oscilação do dólar em momentos de crise e expansão.
· Máxima histórica: 164,72 pontos em 1985.
· Mínima histórica: 70,69 pontos em 2008, durante a crise financeira global.
Apesar da relevância, a cesta de moedas foi alterada apenas uma vez — em 1999, quando o euro substituiu diversas moedas europeias. Muitos especialistas defendem que hoje o yuan chinês (CNY) ou o peso mexicano (MXN) já deveriam compor o índice, dada sua importância no comércio global.
A fórmula do DXY leva em conta a ponderação de cada moeda na cesta:
DXY = 50.14348112 × EURUSD^-0.576 × USDJPY^0.136 × GBPUSD^-0.119 × USDCAD^0.091 × USDSEK^0.042 × USDCHF^0.036
Ou seja, quando o euro cai frente ao dólar, o índice sobe — já que o euro é a moeda de maior peso.
O DXY é sensível a uma série de fatores:
· Política monetária do Federal Reserve (Fed) – expectativa de alta ou queda de juros influencia diretamente.
· Inflação e dados macroeconômicos dos EUA – PIB, emprego, balança comercial.
· Crises geopolíticas – investidores buscam o dólar como “porto seguro”.
· Desempenho das moedas da cesta – exemplo: crises na zona do euro tendem a fortalecer o índice.
O impacto do DXY no Forex pode ser dividido em dois grupos:
· Pares correlatos (diretamente ligados ao dólar): USD/JPY, USD/CAD, USD/CHF → seguem a direção do índice.
· Pares inversamente correlacionados: EUR/USD, GBP/USD, AUD/USD, NZD/USD → tendem a se mover na direção oposta.
Exemplo: se o DXY rompe uma resistência e sobe forte, geralmente o EUR/USD cai, refletindo a valorização do dólar.
Existem diversas formas de aplicar o DXY em sua rotina de negociação:
1. Identificação de tendência:
Se o índice mostra clara tendência de alta, traders buscam comprar USD contra moedas mais fracas.
2. Confirmação de sinais técnicos:
Padrões gráficos como bandeiras, triângulos e suportes no DXY podem antecipar movimentos em pares correlatos.
3. Negociação de correlação inversa:
Operar pares como EUR/USD na direção contrária ao movimento do DXY.
4. Proteção (hedge):
Usar contratos futuros de DXY para proteger posições expostas ao dólar.
Os contratos futuros do DXY permitem negociar o índice diretamente em bolsas de derivativos. Para traders de Forex, eles são úteis como ferramenta de hedge ou especulação.
Mesmo que a maioria dos brokers de Forex não ofereça negociação direta do DXY, é possível acompanhar o índice em plataformas como MetaTrader 4 e 5, adicionando-o como ativo para análise técnica.
A Dollar Smile Theory, criada por Stephen Jen, mostra que o USD passa por três fases cíclicas:
1. Força em crises globais – dólar se valoriza como refúgio.
2. Fraqueza em recuperação global – investidores buscam moedas de economias em crescimento.
3. Força quando os EUA também se recuperam – expectativa de juros altos atrai capital para o dólar.
Esse comportamento em “sorriso” ajuda traders a entender o ciclo do dólar e planejar operações de médio e longo prazo.
Vantagens:
· Ferramenta clara para medir força do USD.
· Ajuda a confirmar operações em pares principais.
· Possibilita estratégias de hedge e diversificação.
Riscos:
· A cesta de moedas pode não refletir toda a realidade do comércio atual.
· Movimentos técnicos podem falhar sem confirmação macroeconômica.
· Traders iniciantes podem superestimar sua influência, sem analisar contextos específicos de cada par.
O Índice do Dólar (DXY) é um dos instrumentos mais relevantes para traders de Forex, pois fornece uma visão ampla do comportamento do dólar frente às principais moedas globais. Ao utilizar o DXY como indicador de tendência, confirmador de sinais técnicos ou ferramenta de proteção, o investidor amplia suas chances de operar com mais segurança e consistência.
Para quem busca se aprofundar, acompanhar o DXY em tempo real deve ser parte essencial da rotina, junto com a análise fundamentalista e técnica dos pares de moedas.
