Resumo:O cenário econômico brasileiro em agosto de 2025 é marcado por uma combinação de fatores internos e externos que desafiam investidores de Forex e demais mercados financeiros. A alta da taxa Selic em 15%, a expectativa de desaceleração do PIB, a inflação ainda acima da meta e a nova rodada de tarifas impostas pelos Estados Unidos compõem um quadro complexo. Para quem atua com câmbio, entender essas variáveis é essencial para antecipar movimentos do dólar, avaliar riscos e identificar oportunidades no mercado.
Publicado em 25/08/2025
Sumário
Introdução
O cenário econômico brasileiro em agosto de 2025 é marcado por uma combinação de fatores internos e externos que desafiam investidores de Forex e demais mercados financeiros. A alta da taxa Selic em 15%, a expectativa de desaceleração do PIB, a inflação ainda acima da meta e a nova rodada de tarifas impostas pelos Estados Unidos compõem um quadro complexo. Para quem atua com câmbio, entender essas variáveis é essencial para antecipar movimentos do dólar, avaliar riscos e identificar oportunidades no mercado.
PIB em Desaceleração: Impactos da Alta de Juros
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou sinais de desaceleração no segundo trimestre de 2025. O Banco Central divulgou que o IBC-Br, prévia do PIB, registrou apenas 0,3% de crescimento, abaixo das expectativas do mercado. Já o Ministério da Fazenda estimou expansão de 0,6%, frente a 1,3% no primeiro trimestre .
Grande parte dessa desaceleração está ligada ao setor agropecuário, extremamente dependente de crédito. Após um primeiro trimestre impulsionado pela safra recorde de grãos, a contribuição desse setor caiu, refletindo a dificuldade de financiamento diante da Selic em patamar elevado.
A indústria e os serviços ainda mostram sinais positivos, mas de forma mais moderada. Para o mercado de Forex, essa desaceleração do PIB sugere um crescimento econômico limitado, fator que pode pressionar o real e aumentar a volatilidade da moeda frente ao dólar.
Inflação: Expectativas em Queda, mas Pressão Persistente
Apesar da inflação acumulada em 12 meses estar em 5,23%, acima da meta de 4,5%, o Boletim Focus indicou uma queda contínua das projeções. A expectativa para o IPCA em 2025 caiu de 4,95% para 4,86%, registrando a 13ª redução consecutiva .
No entanto, mesmo em queda, a inflação segue acima do teto da meta. A alta de tarifas de energia elétrica e os impactos de eventos climáticos continuam pesando sobre os índices de preços, embora a queda nos alimentos tenha ajudado a aliviar parte da pressão.
Esse cenário é crucial para traders, pois inflação elevada pode gerar pressão cambial e manter a taxa Selic em níveis altos por mais tempo.
Selic em 15%: O Peso da Política Monetária
A taxa Selic foi mantida em 15% ao ano, segundo o Comitê de Política Monetária (Copom). O Banco Central deixou claro que poderá adotar novos aumentos caso a inflação volte a acelerar .
Para os investidores estrangeiros, os juros altos mantêm o Brasil como destino atrativo de capitais, o que ajuda a sustentar o real. Porém, para a economia interna, o custo elevado do crédito reduz investimentos e consumo, dificultando o crescimento.
O mercado Forex deve observar como a combinação de inflação resiliente e juros elevados impactará as expectativas de fluxo cambial nos próximos meses.
Câmbio e Dólar: Perspectivas até 2026
De acordo com o Boletim Focus, a expectativa é de que o dólar encerre 2025 cotado a R$ 5,59. Para 2026, a projeção sobe levemente para R$ 5,64 .
Essa relativa estabilidade reflete o equilíbrio entre os efeitos positivos da entrada de capital estrangeiro e os riscos ligados à economia global. No curto prazo, fatores como a guerra tarifária com os EUA e a desaceleração do PIB devem pesar mais sobre o câmbio, aumentando a volatilidade.
Para traders, a faixa de R$ 5,50 a R$ 5,60 pode servir como zona estratégica de suporte e resistência, importante para operações de curto prazo.
Balança Comercial e Investimentos Estrangeiros
O mercado projeta um superávit de US$ 65 bilhões na balança comercial em 2025, estável em relação às previsões anteriores . Já o Investimento Estrangeiro Direto (IED) deve somar US$ 70 bilhões, reforçando a confiança dos investidores no Brasil.
Esses números sustentam parte da valorização do real e indicam que, mesmo diante de pressões externas, a economia brasileira ainda mantém atratividade internacional.
Guerra Tarifária com os EUA e o Impacto no Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo analistas, a medida pode retirar até R$ 25,8 bilhões do PIB brasileiro .
Esse impacto tende a reduzir o saldo da balança comercial e a pressionar o câmbio. Além disso, a guerra tarifária pode gerar instabilidade nos preços de commodities, afetando diretamente a economia brasileira, altamente dependente das exportações agrícolas e minerais.
Para investidores de Forex, essa é uma variável de grande risco, capaz de provocar movimentos bruscos no dólar/real.
O Que Esperar para os Próximos Meses
O mercado espera que a inflação continue em trajetória de queda, mas ainda acima do centro da meta. A Selic deve permanecer em 15% até o fim do ano, com previsão de redução apenas em 2026, quando a taxa pode cair para 12,5% .
O PIB deve crescer 2,18% em 2025, ritmo mais fraco que em 2024. Já o dólar deve encerrar o ano em torno de R$ 5,59, com pouca margem para quedas adicionais.
Para os próximos meses, investidores devem observar três pontos principais:
Considerações Finais
O Brasil enfrenta um momento de ajuste econômico delicado, no qual a inflação persistente, os juros elevados e as pressões externas limitam o crescimento. Para investidores de Forex, esse cenário traz tanto riscos quanto oportunidades.
A expectativa de dólar em R$ 5,59 até o fim de 2025 oferece uma referência importante para operações, mas a volatilidade causada por choques externos e internos exigirá estratégias de gestão de risco bem estruturadas.
No curto prazo, a postura defensiva pode ser mais adequada, priorizando operações de proteção (hedge) e gestão de alavancagem. No médio prazo, o mercado acompanhará de perto a capacidade do Brasil de controlar a inflação e retomar o crescimento sustentável.
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