Resumo:A cotação do ouro iniciou esta semana em tom explosivo, reafirmando seu status de porto seguro global em meio a incertezas econômicas e políticas. Com o XAU/USD orbitando próximo do patamar histórico de US$ 3.791,26 por onça, e o preço em reais alcançando R$ 649,47 por grama, os investidores de forex e commodities observam atentamente se o metal precioso conseguirá confirmar um rompimento rumo aos US$ 3.879,64 ou se enfrentará pressão corretiva nos próximos dias.
Publicado em 28 de setembro de 2025
A cotação do ouro iniciou esta semana em tom explosivo, reafirmando seu status de porto seguro global em meio a incertezas econômicas e políticas. Com o XAU/USD orbitando próximo do patamar histórico de US$ 3.791,26 por onça, e o preço em reais alcançando R$ 649,47 por grama, os investidores de forex e commodities observam atentamente se o metal precioso conseguirá confirmar um rompimento rumo aos US$ 3.879,64 ou se enfrentará pressão corretiva nos próximos dias.
O spot gold encerrou a última sessão em US$ 3.778,62 por onça, consolidando ganhos semanais de 2,1%. O mercado, no entanto, ainda não conseguiu sustentar uma quebra firme da resistência em US$ 3.791,26, nível que se consolidou como barreira psicológica e técnica para os investidores.
Se esse patamar for rompido de maneira consistente, os analistas apontam projeções para US$ 3.879,64 e até US$ 3.915 como próximas metas. Por outro lado, caso a pressão vendedora aumente, os suportes imediatos aparecem em US$ 3.730 e, mais abaixo, em US$ 3.712. Um fechamento abaixo desse último poderia acionar uma correção mais ampla para a região dos US$ 3.693.
No mercado doméstico, o ouro mantém sua escalada em sintonia com o movimento internacional e a valorização do dólar frente ao real. Hoje, 1 grama do metal é negociado a R$ 649,47, um recorde nominal que reforça o apelo do ativo como alternativa de preservação de valor.
Para os traders brasileiros, essa valorização tem dupla leitura: por um lado, amplia as oportunidades de proteção em um cenário de incerteza fiscal e política; por outro, pode indicar uma redução na demanda física local, especialmente entre joalheiros e pequenos investidores, devido ao encarecimento do ativo.
O principal catalisador para o desempenho recente do ouro tem sido a expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos. O CME FedWatch Tool aponta atualmente 88% de probabilidade de um corte de 25 pontos-base em outubro e 65% de chance de outro em dezembro.
Essa perspectiva reforça o otimismo dos compradores, já que taxas menores reduzem o custo de oportunidade de se manter em ativos não-rentáveis como o ouro, favorecendo sua demanda. No entanto, os dados econômicos norte-americanos permanecem mistos, o que mantém a volatilidade elevada.
O PCE de agosto, índice de inflação preferido do Fed, subiu 0,2% no mês e 2,9% em 12 meses, alinhado às expectativas. Já o PIB do segundo trimestre surpreendeu com crescimento de 3,8% contra previsão de 3,3%, e os pedidos de auxílio-desemprego ficaram abaixo do esperado em 218 mil. Esses números sugerem que a economia ainda tem fôlego, o que pode reduzir a urgência do Fed em iniciar cortes agressivos.
O Índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, mantém uma sequência de duas semanas de ganhos, fechando a última sessão em 98,182. Apesar da leve queda na sexta-feira, a moeda americana continua forte, o que limita o ímpeto altista do ouro.
Além disso, os rendimentos dos Treasuries seguem estáveis, com o título de 10 anos em 4,16% e o de 30 anos em 4,74%, sinalizando que o mercado de renda fixa ainda não aposta em um ciclo agressivo de cortes. Enquanto os yields não cederem de forma mais clara, o ouro pode encontrar barreiras adicionais para superar novos recordes.
Um ponto crucial para a análise do ouro é a diferença no comportamento da demanda. No Ocidente, investidores institucionais e especuladores têm ampliado fortemente sua exposição, com inflows de US$ 17,6 bilhões em ETFs nas últimas quatro semanas, segundo o Bank of America.
Já na Ásia, a realidade é outra: as importações de ouro da China caíram 34% em agosto, e as de Hong Kong desabaram 39%, totalizando apenas 27 toneladas. O preço elevado reduziu o apetite do consumidor asiático, tradicionalmente um dos maiores pilares do mercado físico. Corretoras em Xangai e Hong Kong já oferecem descontos de até US$ 36 por onça, os mais altos desde 2020.
Esse contraste entre forte demanda financeira e enfraquecimento do consumo físico levanta dúvidas sobre a sustentabilidade de um rali tão acentuado.
O cenário político e geopolítico global também ajuda a sustentar o preço do ouro. A instabilidade crescente nas relações entre Rússia e OTAN, além das tensões comerciais e fiscais envolvendo os Estados Unidos, reforçam o caráter do metal como ativo de proteção.
As críticas do ex-presidente Donald Trump ao Federal Reserve, seus planos de gastos e a guerra comercial em curso criam incerteza adicional para o dólar, beneficiando indiretamente o ouro. Esse movimento também se conecta a um fenômeno mais amplo de desdolarização, em que bancos centrais — especialmente o da China — vêm aumentando suas reservas de ouro como alternativa ao dólar.
Desde o início de 2025, o ouro já acumula alta de 43%, superando o desempenho de praticamente todos os outros ativos globais. Nem mesmo as criptomoedas, conhecidas pela volatilidade, conseguiram acompanhar esse rali. O metal atinge, assim, sua melhor performance anual desde 1979.
Enquanto o petróleo se mantém pressionado pela oferta e pela desaceleração da demanda global, e o mercado acionário oscila com as incertezas econômicas, o ouro se firma como o ativo mais consistente do ano. O interesse crescente por ETFs lastreados em ouro e pelas ações de mineradoras, algumas já acumulando ganhos de mais de 250% em 2025, reforça esse movimento.
No curto prazo, o ouro permanece em um viés neutro a levemente altista, dependendo do comportamento do dólar e dos rendimentos dos Treasuries. Um rompimento claro de US$ 3.791,26 abriria caminho para novos recordes, enquanto uma perda de suporte em US$ 3.712 poderia deflagrar correções.
No longo prazo, a perspectiva segue positiva. Com a inflação persistente acima das metas de bancos centrais e a busca crescente de diversificação das reservas internacionais, o ouro continua sendo visto como o hedge natural contra crises. Estimativas de instituições como o Deutsche Bank projetam preços próximos de US$ 4.000 por onça em 2026, caso as tensões econômicas e geopolíticas se mantenham.
O ouro está vivendo um de seus momentos mais brilhantes em décadas, reafirmando seu papel como ativo de proteção global em tempos de incerteza. Para os investidores de forex, acompanhar o comportamento do XAU/USD e do XAU/BRL tornou-se essencial, já que o metal concentra cada vez mais fluxo financeiro e pode definir o tom dos mercados nos próximos meses.
Embora os preços já tenham subido de forma impressionante, a combinação de fatores — cortes de juros nos EUA, instabilidade geopolítica, busca por diversificação e enfraquecimento do dólar — sugere que ainda há espaço para novas altas. No entanto, é importante que os traders mantenham cautela, pois a volatilidade continuará sendo elevada.
Palavras-chave: Ouro hoje, XAU/USD, XAU/BRL, cotação do ouro, preço do ouro em reais, Fed e ouro, ETFs de ouro, reservas de ouro da China, mercado forex, investimentos em ouro.