Resumo:Na manhã desta segunda-feira, 06 de outubro de 2025, o dólar iniciou o pregão em baixa no Brasil, contrariando o movimento de valorização que a moeda apresentava no cenário internacional. Com investidores atentos às falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e a um contexto externo volátil, a moeda norte-americana apresenta oscilações relevantes que merecem atenção redobrada por parte dos traders brasileiros.
Publicado em 06/10/2025
Na manhã desta segunda-feira, 06 de outubro de 2025, o dólar iniciou o pregão em baixa no Brasil, contrariando o movimento de valorização que a moeda apresentava no cenário internacional. Com investidores atentos às falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e a um contexto externo volátil, a moeda norte-americana apresenta oscilações relevantes que merecem atenção redobrada por parte dos traders brasileiros.
Às 10h28, o dólar à vista apresentava queda de 0,24%, sendo negociado a R$ 5,323 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em novembro, o contrato mais líquido da B3 atualmente, recuava 0,39%, cotado a R$ 5,357. Os números contrastam com o fechamento da última sexta-feira (03/10), quando o dólar à vista encerrou o dia com leve recuo de 0,10%, aos R$ 5,3345.
No mercado turismo, os valores seguiam estáveis, com o dólar sendo vendido a R$ 5,352 e comprado a R$ 5,532 — uma diferença significativa em relação ao comercial, o que impacta diretamente consumidores e pequenos investidores.
No exterior, o índice do dólar (DXY) — que mede a força da moeda americana frente a uma cesta de seis moedas fortes, como o euro, a libra e o iene — apresentava alta de 0,13%, alcançando 98,240. Isso mostra que o enfraquecimento do dólar no Brasil se dá, principalmente, por fatores internos, já que globalmente a moeda ganhava força.
Dentre os fatores que impulsionaram o dólar no cenário global, destacam-se:
Um dos principais eventos do dia no Brasil foi a participação de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, em um evento da Fundação Fernando Henrique Cardoso, às 10h30. O mercado aguardava ansiosamente por sinais sobre a condução da política monetária nacional diante das incertezas fiscais e do novo cenário externo.
As expectativas são de que Galípolo mantenha o tom conservador, reforçando o compromisso com a manutenção da Selic em 15%, dado o cenário de inflação moderada mas persistente. Com isso, o real ganha força, descolando-se do comportamento de outras moedas emergentes.
Outro ponto de atenção esta semana é a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente ao mês de setembro. O mercado espera um dado ainda contido, o que reforça a percepção de que o BC não deve realizar cortes agressivos na taxa básica de juros no curto prazo.
Apesar da inflação geral sob controle, os preços administrados, serviços e alimentação ainda preocupam analistas, que veem dificuldades estruturais no combate à alta de preços. Uma surpresa negativa no IPCA poderia reacender apostas de elevação da Selic — e, consequentemente, reverter a atual valorização do real.
Nos Estados Unidos, o foco está na ata da última reunião do Federal Reserve, prevista para os próximos dias. O mercado aguarda sinais sobre o ritmo dos próximos cortes de juros, após a primeira redução anunciada recentemente.
Outros pontos de atenção no cenário americano incluem:
Esses fatores contribuem para manter o dólar forte no exterior, mas também criam incertezas que alimentam a volatilidade.
Além da crise política na França, o cenário europeu é marcado por:
A combinação de crise política e desafios econômicos fortalece o dólar frente ao euro e pode influenciar o comportamento de moedas emergentes, como o real.
Na Ásia, a bolsa de Tóquio registrou alta superior a 5%, impulsionada pelo fortalecimento do iene e pela nomeação de Sanae Takaichi como nova líder do Partido Liberal Democrata. A mudança política gerou otimismo local, apesar do impacto negativo sobre a moeda japonesa.
No mercado de commodities, o petróleo subia cerca de 2%, após o anúncio da Opep+ de que aumentará a produção em novembro. O avanço mais modesto do que o previsto — 137 mil barris por dia — reforçou a atratividade do setor e sustentou o apetite por ativos ligados a commodities, favorecendo, ainda que timidamente, moedas como o real.
Outro fator que pode mexer com o câmbio nesta semana são os números da balança comercial brasileira:
Esses números acendem um alerta sobre o balanço de pagamentos, o que pode afetar a confiança de investidores estrangeiros e pressionar o câmbio nos próximos dias.
Apesar da leve valorização nesta segunda, o real segue pressionado pelo ambiente global volátil e pelas incertezas fiscais internas. No entanto, alguns fatores sustentam um cenário relativamente positivo para a moeda brasileira no curto prazo:
Por outro lado, fatores de risco incluem:
O comportamento do dólar nesta segunda-feira é apenas o início de uma semana decisiva para os mercados cambiais. As falas de Galípolo, os dados do IPCA, a ata do Fed e os desdobramentos políticos na França e no Japão compõem um calendário carregado, com potencial para gerar alta volatilidade.
Para os investidores de forex brasileiros, o momento exige atenção redobrada, estratégias bem fundamentadas e leitura constante dos indicadores. O dólar pode oscilar com intensidade ao longo dos próximos dias, e oportunidades — ou riscos — estarão à espreita de qualquer nova sinalização.
Seja no dólar à vista, no dólar futuro ou nos pares mais negociados como USD/BRL, EUR/USD e USD/JPY, o trader que acompanhar de perto os dados e os movimentos de mercado terá vantagem competitiva. Afinal, como sempre, no forex, informação é poder.