Resumo:O dólar iniciou a semana em queda frente ao real, refletindo o clima de expectativa pela chamada Super Quarta, quando tanto o Banco Central brasileiro (Copom) quanto o Federal Reserve (Fed), nos Estados Unidos, definirão os rumos da política monetária. A sessão desta segunda-feira (15) trouxe dados que reforçam sinais de desaceleração da economia brasileira, ao mesmo tempo em que o mercado internacional aposta em cortes de juros por parte do Fed, ampliando o movimento de desvalorização da moeda americana.
Publicado em 15/09/2025
O dólar iniciou a semana em queda frente ao real, refletindo o clima de expectativa pela chamada Super Quarta, quando tanto o Banco Central brasileiro (Copom) quanto o Federal Reserve (Fed), nos Estados Unidos, definirão os rumos da política monetária. A sessão desta segunda-feira (15) trouxe dados que reforçam sinais de desaceleração da economia brasileira, ao mesmo tempo em que o mercado internacional aposta em cortes de juros por parte do Fed, ampliando o movimento de desvalorização da moeda americana.
Às 10h07, o dólar à vista registrava queda de 0,47%, sendo negociado a R$ 5,329 na venda. Na B3, o contrato futuro para outubro cedia 0,24%, cotado a 5.357 pontos. Na última sexta-feira (12), a moeda já havia encerrado em baixa de 0,69%, a R$ 5,3537.
Com esses níveis, a divisa americana voltou aos patamares mais baixos desde junho de 2024, quando havia sido negociada em torno de R$ 5,32.
O grande destaque da manhã foi a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB brasileiro. O indicador apresentou retração de 0,53% em julho, na comparação com junho, frustrando as expectativas de queda de apenas 0,30%.
Esse dado reforça a leitura de que a economia brasileira vem perdendo fôlego em 2025, pressionada pelos juros elevados, pela incerteza fiscal e pela demanda externa enfraquecida. Apesar do enfraquecimento, a desaceleração é vista por analistas como um ponto positivo no combate à inflação, já que reduz pressões sobre os preços.
A reação imediata foi a queda nas taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs), refletindo menor pressão inflacionária e expectativa de estabilidade da Selic na decisão desta quarta-feira (17).
O Relatório Focus divulgado pelo Banco Central trouxe uma leve revisão para baixo da projeção da inflação em 2025, passando de 4,85% para 4,83%.
Embora ainda acima do teto da meta de 4,5%, a queda reforça o cenário de que o Copom deve manter a Selic em 15%, adotando uma postura conservadora diante das incertezas políticas e fiscais.
Para 2026, entretanto, o mercado projeta início de cortes na taxa básica, com estimativa revisada para 12,38%, após semanas de estabilidade em 12,50%.
Nos Estados Unidos, a expectativa é de que o Federal Reserve anuncie na quarta-feira (17) um corte de 0,25 ponto percentual em sua taxa de juros, atualmente em 5,25% a 5,50%. Esse possível movimento já vinha sendo precificado pelos investidores, pressionando o dólar globalmente.
Além disso, a comunicação do presidente do Fed, Jerome Powell, será observada com atenção para identificar o tom em relação a cortes adicionais até o fim de 2025. As pressões políticas seguem fortes, com o presidente Donald Trump exigindo mudanças na condução da política monetária e pedindo cortes mais agressivos.
Outro fator que pesa no câmbio é o desempenho da China, maior parceiro comercial do Brasil. A produção industrial do país avançou 5,2% em agosto, abaixo da expectativa de 5,8%. Já as vendas no varejo cresceram 3,4%, também frustrando projeções.
Esses números reforçam preocupações com a desaceleração da economia chinesa, o que tende a pressionar a demanda por commodities brasileiras, como minério de ferro e soja. Nesta segunda-feira, o minério de ferro recuava 0,31% em Dalian, limitando o avanço da Bolsa brasileira.
Além dos indicadores econômicos, o mercado acompanha de perto o cenário político. A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal trouxe incertezas quanto à reação dos Estados Unidos. O governo norte-americano, liderado por Donald Trump, prometeu uma resposta “adequada” e o mercado teme que eventuais retaliações comerciais possam afetar a economia brasileira.
Esse risco geopolítico adiciona volatilidade ao câmbio, embora, por ora, a expectativa de juros mais baixos nos EUA siga predominando e enfraquecendo o dólar.
Enquanto o dólar caía, o Ibovespa avançava 0,63%, atingindo 143.168 pontos na manhã desta segunda-feira.
O movimento foi impulsionado pelo viés positivo das bolsas internacionais e pela alta do petróleo, que valorizava 0,30%.
A prévia do PIB medida pelo IBC-Br acabou reforçando a percepção de que o ciclo de alta da Selic está próximo do fim, sustentando o otimismo da Bolsa. Porém, a queda do minério de ferro na China atuava como contraponto, limitando ganhos mais expressivos.
Com a proximidade da Super Quarta, a tendência é que o mercado opere em compasso de espera até a definição das políticas monetárias no Brasil e nos EUA. Até lá, os investidores devem monitorar:
Caso o Fed confirme o corte de juros e o Copom mantenha a Selic em 15%, analistas acreditam que o dólar pode testar níveis abaixo de R$ 5,30 ainda esta semana, reforçando a atratividade do real em meio a juros elevados e inflação controlada.
O cenário desta segunda-feira (15/09/2025) mostra um dólar enfraquecido, tanto no mercado doméstico quanto no internacional. A combinação de atividade econômica em desaceleração no Brasil, expectativa de corte de juros nos EUA, e um ambiente político conturbado, cria um campo de volatilidade para investidores de forex e de renda variável.
Em meio às incertezas, a recomendação é que os investidores acompanhem de perto os desdobramentos da Super Quarta e utilizem ferramentas de análise, como as fornecidas pela plataforma WikiFX, para ajustar estratégias de proteção cambial e identificar oportunidades no mercado.
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